Dólar avança frente ao real em semana de digulgação da ata do Fed

Publicado em 20/05/2024 09:16 e atualizado em 20/05/2024 10:27
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia com baixa de 0,54%

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Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar avançava frente ao real nesta segunda-feira, no início de semana que tem como destaque a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, e após economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus elevarem suas projeções para a taxa Selic.

Às 10h06, o dólar à vista subia 0,47%, a 5,1270 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,39%, a 5,128 reais na venda.

Os investidores estão no aguardo da ata da última reunião de política monetária do Fed, que será divulgada na quarta-feira, com foco no que as autoridades do banco central norte-americano sinalizarão sobre o futuro da taxa básica de juros do país.

"Hoje temos uma agenda fraca nos Estados Unidos, mas o dia começou muito agitado", disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

"O mercado está muito à espreita do que podemos ver essa semana com a ata do Fed para entender bem como está a perspectiva", acrescentou.

Em sua decisão no início deste mês, o Fed manteve os juros estáveis, na faixa de 5,25% a 5,50%, e sinalizou que ainda está inclinado a eventuais reduções nos custos de empréstimos, mas avaliou as leituras de inflação até aquele momento como decepcionantes.

Desde então, em falas separadas na última semana, os membros do FEd demonstraram cautela com a inflação. Eles reconheceram uma virada positiva depois que números mostraram que os preços ao consumidor nos EUA subiram menos que o esperado em abril, mas isso ainda não fez com que dissessem algo concreto sobre quando os juros podem cair.

Os investidores preveem uma probabilidade de quase 82% de que o Fed reduzirá os juros em pelo menos 25 pontos-base em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Ainda em relação ao cenário externo, novos temores surgiram sobre as tensões geopolíticas no Oriente Médio, após a morte repentina do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, no domingo em um acidente de helicóptero em meio a condições climáticas adversas.

A morte ocorreu em um momento de crescente dissidência no Irã em questões políticas, sociais e econômicas. Os governantes clericais do Irã enfrentam pressão internacional sobre o programa nuclear de Teerã e o aprofundamento dos laços militares com a Rússia durante a guerra na Ucrânia, além de seu impasse com Israel em meio ao conflito em Gaza.

"A gente teve um acontecimento geopolítico lá... volta a gerar todo aquele temor e receio de escalada de conflito no Oriente Médio. Traz um sentimento de aversão ao risco", disse Izac.

No cenário doméstico, analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar a projeção para a taxa Selic ao final deste ano, com perspectiva de inflação mais alta e menos crescimento, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento apontou que a expectativa para a Selic este ano agora é de 10,0%, de 9,75% antes, na terceira semana seguida de elevação. Para 2025 a projeção continua sendo de 9,0%.

A revisão se dá na esteira de uma redução no ritmo de afrouxamento monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que fez neste mês um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, para 10,50% ao ano, após seis quedas consecutivas de 0,50 ponto na taxa.

Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo publicada na sexta-feira, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, disse que não pode antecipar novos cortes nos juros, afirmando que a autarquia deve ter "tempo, serenidade e calma para saber como as variáveis vão se desenrolar".

Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1031 reais na venda, em baixa de 0,54%.

(Por Fernando CardosoEdição de Luana Maria Benedito)

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Fonte:
Reuters

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