Governo cede pressão argentina e prejudica produtores de maçã de Palmas

Publicado em 08/07/2015 07:29

Com o anúncio da erradicação daCydia pomonella, o Governo brasileiro anunciou no mês de março, a suspensão da importação de maçãs, pêras e marmelos da Argentina, decisão tomada, à princípio, para proteger os agricultores brasileiros de uma possível volta da doença. Na época, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que “na questão de defesa sanitária e controle de pragas e doenças, o Brasil não pode transigir. A tolerância será zero, independentemente do parceiro comercial”.

Menos de três meses depois do anúncio da suspensão, o Governo brasileiro revogou o embargo às frutas argentinas. Coincidentemente, no mesmo dia, a Argentina, após três anos, retirou o embargo à carne brasileira, que desde 2012 tinha a sua venda proibida no país vizinho, por causa da confirmação de um caso do mal da vaca louca em Mato Grosso. Embora o Brasil não seja exportador de carne para a Argentina, o Ministério da Agricultura avaliava que o embargo prejudicava a imagem da carne brasileira no exterior e comprometia oportunidades de negócios com outros países.

As suspensões foram vistas como uma troca de favores entre Brasil e Argentina, desagradando, principalmente os fruticultores brasileiros, sobretudo, do sul do país. Os produtores, através da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) e outras entidades representativas deverão ingressar com representações contra o Governo brasileiro e contra a ministra da Agricultura e seus assessores. A informação é do presidente da Frutipar (Associação dos Fruticultores do Paraná) e diretor-técnico de qualidade da ABPM, Ivanir Dalanhol.

Conforme ele, num caso único no mundo, após muito tempo, mão-de-obra e dinheiro público, o Brasil conseguiu a erradicação da Cydia pomonella. Após isso, já com o anúncio de que o país estava livre da doença, a ABPM iniciou ações para que o país fechasse as suas fronteiras para a entrada de frutas argentinas, para proteger a produção brasileira. O Governo levou um ano para atender os pedidos dos produtores.

Revelou que mesmo durante o período de embargo, o Ministério da Agricultura autorizou a entrada de 50 cargas de maçãs da Argentina. Dessas, 28 cargas continham frutas com larvas da Cydia pomonella vivas. “Ou seja, não adiantou nada!”, declara Dalanhol.

Após isso, veio a liberação total e a entrada de qualquer fruta argentina em solo brasileiro. “Num canetaço, liberou tudo e facilitou de uma forma tão grande, que nós não conseguimos entender o quê o Ministério da Agricultura está querendo com isso. Parece até que está jogando contra o produtor de fruta do Brasil.”, dispara.

Informou que as entidades estudam o ingresso das representações, pois questionam a veracidade das promessas do Governo argentino em mitigar a Cydia pomonella. De acordo com o Ministério da Agricultura, foi solicitado à Argentina, a reavaliação in loco do planejamento de contingência e mitigação de riscos para a praga, o que foi atendido pelo país vizinho. “Nós sabemos que é mentira! Na última safra a Argentina deveria colher 900 mil toneladas de maçã, quase 1 milhão. Colheu 600 mil. As outras 300 mil ficaram nas plantas, criando Cydia pomonella.”, acusa Dalanhol.

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RBJ

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